quarta-feira, 29 de março de 2017

ILUSÃO AO CONTRÁRIO

"Uma vez eu tive uma ilusão e não soube o que fazer, não soube o que fazer..."

A música entra na playlist de repente e traz de volta aquilo que eu queria deixar pra trás. Daí paro e lembro todos os conselhos ouvidos e que pensei desta vez que eram uma viagem da sociedade líquida...
Pela primeira vez me vi tentando iludir-me, tentando acreditar na história que logo estaria se desfazendo.
"Quem quer dá um jeito!" "Para bom entendedor, um online sem resposta, basta!" "Veja as fotos..." "Há silêncios que dizem tudo e palavras que dizem nada..."
Citações e conselhos aparecem aos montes... Ah, e tem as músicas e as pessoas perguntando o que houve. Parece um caso que não tem mais fim e um certo mau gosto musical...
Entrei nisso acreditando que não era pra ser você. Com tanta insistência, minha cabeça fraca fez algo inédito e ao contrário: fui cético de início e iludido depois. Sempre fui da ingenuidade inicial, mas doesse a quem doesse, desta vez seria cético e chato. Só ia acreditar quando tivesse estrutura pra isso. E a ilusão veio rapidinho e construiu uma estrutura de areia, tal qual as que eu construía, mas esta era bem diferente das minhas, era feita por outras mãos. Daí pra frente foi fácil, fiz todo o meu edifício. Mas tão rápido quanto construí, você voltou me dizendo que não colocasse nem mais um cômodo... a obra estava interditada. Primeiro era uma ou outra manhã corrida e sem contato, depois vieram dias, semanas...
Surpreso? Só fiquei porque foi muito rápido. Mas isso não foi  surpresa nenhuma quando olho agora. Sabia que tinha alguma coisa nos bastidores desta obra, mas melhor calar e esperar.
Hoje é fácil perceber todas as impossibilidades... e, quer saber? Só tive uma certeza martelando minha cabeça o tempo todo:

Desde o início eu sabia que não era pra ser você...
Sinta-se livre!





Oswaldo Juliano Sandi