quarta-feira, 7 de setembro de 2011

PORQUE FRAQUEJA... (OU A ÚLTIMA FESTA)

De repente me vi...
Caído.
Chorando a inexistência de um mundo que existia nos livros da escola e no discurso dos mestres.
Chorei por cada sonho decepado à raiz, chorei pelos amigos que, na realidade, nunca fiz. Chorei pela realidade dura de ter pouco tempo pra me divertir e muito para vender...
Vendi meu tempo, vendi meus sonhos, parcelei a felicidade em pequenas gotas capitalistas... Roupas, conquistas, brinquedos, pessoas...
As pessoas se vendem dia e noite. Se vendem ao trabalho, se vendem aos amigos, se vendem ao amor... De repente, me vi pagando pra ter amigos, pagando pra ter um amor (que já se foi), pagando pra ter dinheiro e pagando dinheiro pelo que tenho muito pouco.
Os sonhos ficaram nas músicas. Os amigos ficaram nos filmes. O amor ficou no passado. Cada lágrima que choro não importa mais pra nada. Meu analista está mudo e não é meu amigo...
Ontem, me vi sozinho, vendido a uma festa, entre jovens desesperados por felicidade, injetando álcool e drogas no corpo. Meu 'amigo' não estava lá pra mim, estava lá por outros, que pagaram melhor o preço da amizade.
E eu estava realmente sozinho.
Muitas pessoas, ninguém presente pra me ouvir.
Se isso dói? Venho descobrindo isso desde os dezoito anos. Venho sofrendo cada tapa que a morte me dá na cara, gritando em meus ouvidos que não vai valer a pena correr atrás de tanta coisa. Meus ossos fraquejam, estou ficando arcado, meus dentes estão fracos...
Meus sorrisos já estão quase todos vendidos e eu morro a cada domingo. Morro a cada reticência.
Ninguém nunca poderá fazer nada por mim, por mais amigo, por mais amante, por mais ouvinte, por mais querido... Acontece que sou eu mesmo a engrenagem girando fora do eixo, espanando toda a máquina, precisando cedo ser substituída, porque fraqueja...





Oswaldo Juliano Sandi

2 comentários:

Anônimo disse...

A alegria vem de dentro de você...

Oswaldo Sandi disse...

Obrigado Sr. Anônimo! Rs.