domingo, 31 de março de 2013

SOBRE A EFÊMERA PRESENÇA DO AMOR...




Quando eu menos esperava, você apareceu. Criou toda uma aura propícia para seu aparecimento e saltou bem na minha frente... Meu coração há muito já tinha desaprendido qualquer coisa sobre o amor e os seus caminhos.
É claro, qualquer idiota se entregaria rápido, porque a vida muda quando se está amando — não é mesmo o que dizem?
Não foi diferente. Uma presença, que não a sua, começou a iluminar os meus dias com uma luz assombrosa. Era o amor! Sorrisos nos corredores, bebedeiras sem ressaca, mensagens de celular, carinho que se distribui de graça... E assim, a ideia de distância foi sufocada pela presença desse sentimento ora tão bonito.
A efêmera presença do amor passou a fazer parte dos meus dias e durou tanto, me fez tão feliz, que eu passei mesmo a acreditar que efêmero poderia ser algo que durasse o bastante. Que me acalentasse em todos os meus sonhos de felicidade e afeto.
Segurei na mão daquela presença e fui sem medo, porque todo aquele tempo ao meu lado me inspirou confiança. Eu queria pagar qualquer preço pra chegar no auge de tudo e gritar que venci e consegui retomar pra mim o amor perdido há tempo.

Eu fui. Saltei de alturas nunca imaginadas.
Eu busquei! Disse coisas que jamais diria em sã consciência.
Viajei os caminhos da distância, porque pensei que se houvesse qualquer obstáculo seria apenas esse — um obstáculo geográfico...

Pobre de mim!

Um dia apenas, logo depois do tiro no escuro — porque na realidade eu estava cego, mesmo que acreditasse nessa luz enganosa do amor que vivia somente comigo — sim, um dia apenas e aquela efêmera presença tinha partido.

Lágrimas, solidão, pesadelo cruel que se paga cegamente, por dias a fio...

Jamais acreditaria que terminaríamos assim... E que os símbolos que trocamos não significassem nada além de uma ilusão... No fim das contas não existe mesmo mais nada pra me segurar, porque a efêmera presença do amor é algo redundante e cá estou, sozinho... Solitário, desfrutando somente da minha presença, tentando me convencer de que realmente me valorizo e de que me amo acima de tudo...



Oswaldo Juliano Sandi

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