sábado, 19 de setembro de 2015

JANELA ARTIFICIAL

Pela janela artificial que se abriu quando cheguei a ilusão é fácil. Mas a noite cai depressa, vem as dores e o cansaço.
Chego cansado porque não é um caminho curto quando se quer estreitar corações. Chego cansado e não preciso explicar mais nada sobre isso, porque é só ler meus devaneios para entender este cansaço.
Encosto devagar, as pernas doem. Sigo exausto. Na janela que se busca, a paisagem se aproxima. Mas na janela artificial que me ofusca os olhos, quanto mais perto, mais longe o coração.
Quando olho pra cima, o céu estrelado sem luas. É porque sobra tempo dentro da minha ansiedade que logo percebo: este céu sem lua e com pouca claridade é artificial. Alguns astros já caíram...
E tantos astros caíram aqui, como no inconfidente céu de fábula que cumpriu um dia seu papel de verdade na minha curta felicidade. Sigo só...
E tão somente me arrasto uma vez mais, no tempo e no espaço, esperando justamente o que encontro: a receita perfeita de um frio coração artificial - líquido amargo e conhecido, difícil de engolir e de aceitar...




Oswaldo Juliano Sandi

Nenhum comentário: