domingo, 25 de janeiro de 2015

CONTRA A CORRENTE


26 de janeiro de 2015, sinto minha lágrima escorrer entre um soluço e outro e repousar tranquila no travesseiro. Silêncio em toda a casa. A geladeira faz aquele zunido costumeiro e o computador ainda está ligado... Acabamos de nos despedir... Não foi nada como o esperado, não foi nada poético ou como num filme... Foi do mesmo jeito que começou, foi virtual e sem sentido.
"Não espero mais nada, saio disso arrasado" — lembro quando disse isso, meu coração ardia de tristeza, porque quando a gente abre os braços, expõe o coração e é aí que mora o perigo.
Saio disso arrasado, porque foi tudo exatamente como eu temia. Depois de um belo sonho, é como se eu acordasse aos prantos, saltando na cama, no meio de algo que virou um pesadelo. E acordar agora nem é tão bom assim...
Grito pras paredes que poderia dar certo, que eu faria dar certo, que a distância não existe, como não existiu há muito tempo, quando conheci o que era a verdadeira felicidade... Mas não adianta que eu faça qualquer coisa, não adianta eu gritar, implorar, não adianta mais nada... porque o mundo não é mais o mesmo, a inocência já foi embora há muito tempo e, pior, faltam algumas horas e você estará tão distante fisicamente como seu coração já estava.
Infelizmente, esse é um livro que já estava escrito. Num jogo de imagens, tudo já estava escolhido e decretado em sua mente. Não há conto de fadas, não há desejo que possa ser realizado. Existe apenas a realidade e sua teimosia em levar adiante o que é pra ser como planejado...
De tudo que ficou, cá estou, indo contra a corrente mais uma vez, tentando botar a perder todo o planejamento do destino.
De tudo que ficou, eu fiquei sozinho mais uma vez, tentando entender qual erro cometi pra que tudo fosse tão rapidamente perdido...
De tudo que ficou, cá estou, deitado de olhos abertos e sem enxergar nada, porque esse rio que eu tento nadar contra agora tem uma forte corrente de lágrimas...

"De tudo que ficou, guardo um retrato teu e a saudade mais bonita..."




Oswaldo Juliano Sandi

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