terça-feira, 20 de janeiro de 2015

INFELICIDADE

Infelicidade é a partida e a distância. 
Infelicidade é a passagem de ida.
Infelicidade é a caixa de antidepressivos guardada no armário.
Infelicidade é o álcool no sangue pra esquecer...
Infelicidade é o calor pra quem gosta do frio.
Infelicidade é correr com o carro desejando que tudo acabe.
Infelicidade é essa palavra pulsante nos altos e baixos da vida.
Infelicidade é o status online na rede social, no aplicativo, no chat... e a ausência física.
Infelicidade é ansiedade. Infelicidade é a sensação de burrice que a gente sente quando é iludido... ou melhor, quando se deixa iludir, quando se finge de ingênuo, quando exercita ser sonso na vida e de repente sente a queda.
Infelicidade é tudo isso e é o que estou sentindo agora. Um misto de raiva e cegueira que apaga até a luz mais forte...
Infelicidade é o amargo na boca e a dor no peito.
Infelicidade é quando você quer se sentir único, mas o mais perto disso que consegue é ter que ficar competindo com milhares de rostos bonitos, corpos monumentais e fotos impecáveis.
É isso que sinto quando estou digitando e ouvindo uma música bem alto, pra não ouvir mais nada, nem meus pensamentos.
Infelicidade é essa raiva toda e não há explicação pra quem quer que seja explicado. Há só isso e essa minha insanidade, porque estou desesperado e não quero perder aquilo que já está perdido, seja pela distância, seja pelo instinto e pelo vício da natureza humana...



Oswaldo Juliano Sandi

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