segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

POLARIZADOS

Não pode haver tanta precariedade num mundo assim. É sinal da amargura de quem o fez se eu tenho que contar com o mínimo de alegria os minutos do agora, esperando pela tristeza do depois. 
Cada dia que passa te vejo mais perto do sol e eu da lua, porque é no seu 'boa noite' que meus devaneios começam de verdade. Passo os dias tentando agradar e expor meus melhores cenários, mas a realidade é que não importa, vai sempre haver um crepúsculo pra separar a gente...
Você me diz que tem medo, imagine o medo de quem fica, imagine o medo daqueles que já praticamente encerraram a sua jornada, imagine a dor de olhar na cara do amor e sussurrar: "você tem tanta juventude pela frente". É um sorriso amargo e um coração dilacerado. É uma dor constante quando os trilhos são diferentes e você pode oferecer bem pouco aos olhos do outro...
Quem me dera repousar contigo no alto da nossa montanha... quem me dera que tudo fosse tão simples quanto a coincidência de nossas respostas... vem! Vamos voltar para aquele momento, apagar os faróis, acender as estrelas e ficar no mínimo uns dez anos no meu mundo! Vem! Vamos comigo destruir diários e decidir que ninguém vai optar por casar ou ter filho, viajar ou ter casa, morar aqui ou ali, até que tudo isso aconteça enquanto nossas vidas corram juntas... vem, sussurra no meu ouvido que meu espírito não está assim tão velho quanto sinto agora nesse momento... sussurra pra mim que a sua juventude não traz consigo um sentimento inconsequente de que eu tanto tenho medo... sussurra... sussurra apenas que você pelo menos desconfia de que esse é o momento e a hora certa pra gente pisar o mesmo chão e planejar o mapa de todo um continente. Mas não, jamais grite pra mim de tão longe que você está com medo, porque eu estou aqui com esse olhar vazio de quem está segurando o enjoo que esse mesmo medo que você sente traz e emudece a minha garganta...




Quando Você Voltar
Legião Urbana


Vai, se você precisa ir
Não quero mais brigar esta noite
Nossas acusações infantis
E palavras mordazes que machucam tanto
Não vão levar a nada, como sempre
Vai, clareia um pouco a cabeça
Já que você não quer conversar.
Já brigamos tanto
Mas não vale a pena
Vou ficar aqui, com um bom livro ou com a TV
Sei que existe alguma coisa incomodando você
Meu amor, cuidado na estrada
E quando você voltar
Tranque o portão
Feche as janelas
Apague a luz
e saiba que te amo...


Oswaldo Juliano Sandi

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